A imprensa pedagógica e feminista no BrasilNísia Floresta e a Educação das Mulheres no século XXI
- Da Silva, Elizabeth Maria
- José María Hernández Díaz Zuzendaria
Defentsa unibertsitatea: Universidad de Salamanca
Fecha de defensa: 2018(e)ko azaroa-(a)k 05
- A.C. Lage Presidentea
- María José Daniel Huerta Idazkaria
- Evangelina Bonifácio Silva Kidea
Mota: Tesia
Laburpena
Objetivamos nessa investigação analisar como a imprensa pedagógica e feminista utilizada e produzida por Nísia Floresta, no século XIX, pode ter contribuído para a historização das mulheres brasileiras. Para tanto, nos apoiamos nos principais periódicos onde a autora teve publicação e suas obras centrais relativas ao feminismo e educação, além daquelas em que autora escreveu sobre suas viagens durante vivência em países europeus; tais como: França, Itália, Grécia, Bélgica e Alemanha. Para este fim, esta pesquisa deteve-se no caso da imprensa pedagógica e feminista do Brasil do século XIX. Quanto a primeira optamos, além das referências bibliográficas, explorar duas últimas produções frutos do resultado do principal evento internacional sobre imprensa pedagógica, que inclui produções e autores de diversos continentes como: América, África e Europa. Quanto à imprensa feminista e a Nísia Floresta foram realizadas buscas em várias bibliotecas, hemerotecas e arquivos tanto nacionais quanto internacionais. Em relação à imprensa feminista foi estabelecido um recorte temporal que compreendeu entre 1800 a 1859. Foram considerados os periódicos brasileiros que tratassem de temas relativos à mulher. Além disso, foram realizadas buscas em principais periódicos brasileiros que tratassem sobre essa temática, a partir de um recorte temporal, entre 1800 a 1856. Sobre a vida e obra de Nísia Floresta dialogamos com Duarte (2009-2010), Barbosa (2007), Câmara (1941), Silva (2014), dentre outros (as). Sobre feminismo nos fundamentamos em Louro (2012), Pinto (2003), Hahner (2003), Ngozi Adichie (2012-2017), dentre outras. No que permeia a discussão sobre imprensa pedagógica, além de outros autores, dialogamos Checa Godoy (2002) e Hernández Díaz (2013-2015). Nesta pesquisa utilizamos o Método do Caso Alargado na perspectiva de Santos (1983). Devido à especificidade dessa investigação, foi adotada a pesquisa documental, na perspectiva de Celad (2002). Para tanto, utilizamos a consulta a documentos coletados em instituições (arquivos, bibliotecas e hemerotecas) nacionais e internacionais dentre os quais: Biblioteca Nacional do Brasil, Bibliotheque Nationale de France (Gallica Bibliotheque que conta com grande acervo sobre imprensa feminista), Biblioteca Nazionale Centrale di Roma, Biblioteca Nazionale Centrale di Firenze e Biblioteca Nacionale de España. Além do Center for Research Libraries- Global Resources Network. Essa busca resultou no encontro de uma obra da autora, ainda não reeditada, que por muito tempo foi considerada como perdida, além de uma publicação inédita no jornal, no Diário de São Paulo, datada de 1873. Nesse sentido, os achados dessa investigação apontaram, pois, que as contribuições de Nísia Floresta, se revelam em sua incansável luta, primeiramente pela ousadia em lançar, no Brasil, o primeiro livro com teor feminista em defesa dos direitos das mulheres, ainda na primeira metade do século XIX. Em segundo lugar, sua participação na imprensa, quando se utilizou desse meio de comunicação para fazer sua militância em prol dos direitos das mulheres e que, decididamente, influenciou outras mulheres a escreverem em periódicos. Em terceiro, ao fundar uma escola em plena capital do Império brasileiro em 1838, quando a educação oferecida às meninas era totalmente diferente da que era oferecida aos meninos. Com esses comportamentos podemos dizer que aproximadamente há 200 anos, Nísia Floresta, propôs uma reforma no sistema educacional brasileiro contribuindo de forma decisiva para a história das mulheres no Brasil.