A igreja serva no Concílio Vaticano II e em Paulo VI e perspectivas teológicas fundamentais
- Moreira, Maria de Fátima Semblano Pereira
- Fernando Rodríguez Garrapucho Director
Universitat de defensa: Universidad Pontificia de Salamanca
Fecha de defensa: 30 de de novembre de 2005
Tipus: Tesi
Resum
Sou membro duma Congregação Religiosa chamada "Servas da Santa Igreja". 0 nome da minha Congregação sempre suscitou em mim, desde os primeiros momentos que com ela tomei contacto, uma inquietude: "Servas da Santa Igreja" que significa? Qual as suas implicações na Igreja? Que ligação existe entre "serva" e "Igreja"? Quais as implicações para a compreensão do ser e do agir da Igreja? À medida que o tempo foi passando fui descobrindo, com surpresa, que surgiram na Igreja na última metade do século XIX e primeira metade do século XX, em diferentes Areas geográficas, um elevado número de Congregações, sobretudo femininas, que têm o nome de SERVAS. Só em Portugal encontramos catorze. Entre as muitas que podemos encontrar no Anuário Pontificio temos, por exemplo, as Servas de Maria (1851, Espanha); as Servas da Eucaristia (França, 1857); as Servas de Jesus (França, 1857); as Servas de Jesus e da caridade (1871, Espanha); as Irmãs dos pobres, servas do Sagrado Coração de Jesus (México, 1884); as Missionárias Servas do Espirito Santo (1889, Holanda); as Servas de Jesus e Maria (Canadá, 1894); as Servas do Sagrado Coração de Jesus (Polónia 1894); as Servas de Maria Reparadoras (1900, Itália); as Servas de Nossa Senhora de Fátima (1923, Portugal); as Servas da Sagrada Familia (1942, Portugal); as Servas dos pobres, filhas do Sagrado Coração de Jesus (Espanha, 1944); as Servas do Evangelho (Espanha, 1945). Esta observação leva-me a constatar que a dimensão de serviço esteve muito presente no momento destas fundações, concretizando-se em estilos próprios de vida, segundo as inspirações do Espirito aos Fundadores e conforme as necessidades eclesiais e sociais de determinadas épocas. Quando as Fundadoras ou os Fundadores se sentiram inspirados a fundar algo ao qual denominaram "serviço", sem dúvida que estavam a intuir que era preciso sublinhar essa dimensão da Igreja. A consciência de serviço fazia-se presente, concretizava-se a partir de situações muito reais. Esta constatação levou-me a interrogar-me em que medida a consciência do "servir", presente nessas diferentes Instituições, se transmitiu para a Igreja no seu conjunto. Mais concretamente pode-se perguntar que significa o serviço para a Igreja, até onde a Igreja é serva. Que sentido tem esta perspectiva da Igreja serva.